domingo, 9 de outubro de 2011

O incêndio de Troia, de Marion Zimmer Bradley


Misturando lenda e fatos arqueológicos, os mitos dos deuses e os feitos dos heróis, fato e ficção, Marion Zimmer Bradley dá nova vida a uma história clássica, recriado para nós Akiles, Enéias, Heitor, Pátroklo, Helena de Troia, Odisseu, Agamenon, Menelau, como pessoas vivas, empenhadas numa luta desesperada que condena tanto vencedores como vencidos, sendo o destino destes visto pelos olhos de Kassandra, sacerdotisa, princesa e mulher impetuosa, com espírito de guerreia.
(texto retirado da contracapa)



O romance começa com o nascimento de Kassandra e de seu irmão gêmeo Páris. Este é criado por uma família de pastores, em virtude de uma profecia de que gêmeos trazem má sorte. Kassandra cresce sem sequer saber da existência do irmão – a não ser pelas visões inexplicáveis em que enxerga os ventos através dos olhos dele... Sua mãe, a rainha Hécuba, era uma amazona antes de se casar, e quando Kassandra está prestes a se tornar mulher, é enviada para passar um ano com as tribos das amazonas, onde toma conhecimento dos poderes das mulheres antes que estas fossem subjugadas por uma nova onda de patriarcado. Ao voltar para Tróia, Kassandra dedica-se a tornar-se sacerdotisa de Apolo, o Deus-Sol; mas, dentro dela, desenvolve-se um conflito forte e perturbador entre os “velhos costumes”, em que as mulheres mandavam e a religião originava-se da Mãe Terra, e o novo mundo de deuses e reis do sexo masculino – um mundo caracterizado por disputas sem sentido e uma ânsia de sangue que levam ao cerco de sua amada cidade.Antes de mais nada, queria dizer que eu não fazia a menor ideia que Páris tinha uma irmã gêmea, a Kassandra. Talvez seja porque no filme Troia, com Brad Pitt, Eric e Orlando Bloom (isso sim foi filme hein garotas?), ela não apareça. Mas no livro O incêndio de Troia, ela está lá e é uma das protagonistas da história. 
Kassandra e Páris são separados assim que nascem por três motivos: o primeiro, porque a mãe de ambos, Hécuba, sonha que deu a luz a um incendiário; o secundo, quase igual ao primeiro, porque uma alta sacerdotisa de Apolo (deus muito cultuado em Troia) previu que Paris traria destruição à cidade; e o terceiro, porque havia um costume dizendo que gêmeos traziam azar (deveria trazer sorte não é mesmo? Dois filhos de uma vez!). Assim, Páris foi abandonado para ser criado por um pastor e Kassandra ficou aos cuidados reais. 
Desde menina, Kassandra mostrou sua inteligência. Não era tão bonita quando a irmã Polixena, mas era bem mais esperta e ousada (que, cá entre nós, são qualidades bem melhores do que apenas beleza). Certa vez, quando visitava o templo de Apolo com a mãe, Kassandra escuta a voz do deus, que a chama para ser uma de suas sacerdotisas. Neste instante, Kassandra pega uma das cobras do templo (animal sagrado por um motivo que será explicado no livro) e maneja-a como se fosse uma sacerdotisa experiente. Quando descobrem este seu “dom”, os sacerdotes de Apolo e sua mãe entendem que a menina não era “normal”. 
Depois do incidente no templo, Kassandra passará por diversas provações para mostrar que é ligada aos Deuses. Ela até mesmo parte com as amazonas, grupo de mulheres guerreiras onde, um dia, sua mãe era integrante. Ela parte para outros locais e conhece diversas pessoas, aumenta seu conhecimento e treina para ser sacerdotisa. Também é nesta viajem que Kassandra descobre quem é o menino que aparecia em seus sonhos de vez em quando: seu irmão gêmeo. Ela descobre então que tem uma ligação ainda com ele e que pode vê-lo (e mais para frente, descobre-se que ele podia vê-la). Porém, os poderes de Kassandra não se restringiam em apenas ver seu irmão: ela podia ver o futuro. Foi Kassandra que previu a chegada dos gregos à Troia e do incêndio que a destruiria, previsão que lhe deu a fama de louca. 
Lembra quando disse que Kassandra não era tão bonita? Pois bem, a coisa mudou quando ela cresceu. Vários homens começaram a cobiçá-la, desde o marido de sua meia-irmã, Eneias (o mesmo Eneias que era envolvido na fundação de Roma, não sei ao certo qual era a sua participação) até um sacerdote do templo. Lembrete: as sacerdotisas de Apolo não podem ser tocadas (com o exato sentido da palavra que você pensou agora) sem ser pelo Deus, ou seja, guardam sua virgindade para ele e mais ninguém. Pois bem, este sacerdote faz de tudo para ganhar um presentinho de Kassandra, até virar o próprio deus contra ela (muita “brecha”). 
O Incêndio de Troia foi muito bem escrito e pesquisado, a autora Marion Zimmer Bradley deve ter tido um trabalho e tanto para pesquisar toda a história de Troia e seus personagens, mostrando uma visão totalmente diferente do filme Troia. Neste último, os personagens foram muito “romantizados”. Já no livro, os homens aparecem com uma sede por sangue do inimigo enorme e são todos brutos e crueis, assim como algumas mulheres são frouxas e outras, vadias. O que mais me surpreendeu foi Heitor – no filme, mostrava-se um homem sensato, que buscava a paz de modo pacifico e era muito amável; no livro, aparece como um rapaz ainda muito jovem , louco pelo calor da batalha e que sonha em ter honra e glória. O livro foi uma visão bem diferente da história e goste dele principalmente por isto, mas também por Kassandra ser uma guerreira como toda mulher deveria ser.

Um comentário:

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Gabi!

Agora que comsegui comentar, era isso que eu queria te dizer outro dia. Enéias era um píncipe de Tróia e filho de Afrodite. Ele consegue fugir, com seu pai e seu filho, e ele tem um destino, que é fundar uma cidade. Essa cidade era Roma. No meio do caminho, entre muitas aventuras, ele chega a Cartago, que era governadda por Dido. Dido acolhe Enéias e se apaixona por ele, mas como ele tem que fundar uma cidade para os descendentes de Tróia, ele parte e deixa ela sozinha. Ela não aguenta e se mata. Ainda antes de cheagr ao lugar onde fundaria Roma, ele tem que viajar aos Inferos (os antigos gregos não tinham a noção que a gente tem de inferno), e lá encontra Dido. Mas, agora não lembro porque, ele sai (só ele e Ulisses - ou Odisseu - da Ilíada, livro que serviu de base para este e para o filme, consguem essa façanha (a de Ulisses narrada na Odisséia). Bom, havia sid profetizado que a cidade que Enéias findaria derrotaria Cartago (acho que foi por isso que Dido acolheu Enéias, para evitar que a profecia se concretizasse). Mas as profecias sempre se realizam, e depois de fundar Roma, não lembro porque, Roma realmente derrota Cartago. Isso eu aprendi nas aulas de Clássicos ano passado, quando a gente estudou a Eneida, poema de Virgílio onde essa saga é narrada. A FFLCH não serve só pra greva. às vezes a gente aprende alguma coisa interessante ;D

Esse livro também é um dos meus favoritos, e eu adoro marionde modo greal, Já li vários livros dela.

Beijos!

Fernanda

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