domingo, 28 de outubro de 2012

Laranja Mecânica, de Anthony Burgess

capa de "Laranja Mecânica"

Título Original:
A clockwork orange
Autor(a):
Anthony Burgess
Origem:
Inglaterra
Tradução:
Fábio Fernandes
Editora:
Aleph
Ano de publicação:
1962


Meus queridos leitores, primeiramente peço desculpas pela falta de comprometimento para com o blog. Estou sem muito tempo e entusiasmo ultimamente, mas não abandonarei o “Abrindo os livros...”. Agradeço por ninguém ter deixado de seguir e aos comentários. Vou tentar me esforçar mais para fazer postagens para vocês.
Laranja Mecânica, eleito um dos cem melhores romances da língua inglesa do século XX pela revista Time, relata o período de transição entre o começo da mudança da vida de Alex e o fim de sua juventude rebelde. Alex, o protagonista e narrador, é um adolescente de quinze anos amante de violência e música clássica que contará sua história, dirigindo-se ao leitor como a um velho amigo falando em nadsat (gírias adolescentes feitas pelo autor com a mistura de palavras eslavas e inglesas).
Alex é líder de uma gangue futurística, apesar de ser o mais novo dos quatro membros, que pratica a violência como se praticasse esportes nas ruas escuras de Londres. Entretanto, logo na primeira noite da narração, Alex se enfurecesse com um de seus druguis (amigo, irmão em nadsat) e o esmurra. Há uma pequena briga dentro do grupo, mas Alex tenta se justificar esnobando ser o “chefe”. O problema é temporariamente resolvido, porém, do meu ponto de vista, Alex cometeu um grande erro ao dizer-se a autoridade da gangue – mais para frente vocês entenderão.
Alex volta para o conjunto residencial onde mora com seus pais – estes últimos totalmente submissos às vontades do filho. Seus pais provavelmente sabem da verdadeira natureza de seu filho, afinal ele já é violento e instável dentro de casa, mas fecham os olhos aos fatos, aceitando as explicações de que Alex sai para trabalhar todas as noites. Esta é uma das explicações para a rebeldia dos adolescentes do livro (e um problema atual e real): a obediência dos pais e sua falta de autoridade. Não estou dizendo que os pais devem levar seus filhos às rédeas curtas, mas um dos grandes males da sociedade atual é o quanto os pais tornaram-se escravos de seus filhos e não os preparam para serem homens e mulheres responsáveis, mas os tornam mimados, fracos e incapacitados para enfrentar os problemas. Estão sempre passando a mão em suas cabeças e dizendo “sim” às suas vontades, o que os faz pensar que a vida será fácil e nunca sofrerão as consequências de suas escolhas.
Alex provou uma dessas consequências no dia seguinte à briga, quando é traído por seus druguis. Obviamente, esnobar seus companheiros não foi uma ideia, pois feriu o orgulho dos jovens (afinal, ninguém gosta de ser rebaixado). Em um plano muito bem pensado, seus companheiros o conduzem a invadir a casa de uma senhora já idosa dona de muitos gatos. Querendo provar ser melhor do que os outros, Alex a penetra sozinho, porém é flagrado pela senhora e uma grade confusão se desenrola, onde o rapaz e a mulher (mais os gatos) começam a brigar. Contudo, acidentalmente, Alex acaba por matar a velha. Ele tenta fugir, mas a polícia foi acionada pelos seus druguis e ele acaba preso.
Nosso protagonista é condenado a catorze anos de prisão, mas passaram-se apena dois quando é proposta a ele uma misteriosa e sedutora experiência que poderia eliminar a maldade da mente humana. É prometido a Alex sair da prisão em apenas quinze dias e ele aceita, sem saber dos horrores a que seria submetido. A eliminação de um sentimento e de livre escolha da mente humana será um processo tão assombroso e desumano quanto o vandalismo de Alex. Isso leva a um questionamento social: o que é melhor, a liberdade ou a segurança?
Em uma obra extraordinária, tanto em relação ao linguajar nadsat de Alex quanto aos problemas sociais futurísticos (tão parecidos com os nossos atuais), o gênio Anthony Burgess nos mostra uma ficção científica que poderia quase ser considerada real. Junto com 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, Laranja Mecânica constroi uma sociedade alienada, submissa e em declínio.
Para o leitor de primeira viagem, a linguagem estranha de nadsat pode assustar um pouco e até irritar, mas tenha paciência: depois que você pegar o ritmo e entender algumas palavras, a leitura fluirá e você verá a beleza da obra. Este é um dos grandes Tops. 

6 comentários:

Flavia Penido disse...

Eu ja assisti o filme quando era criança, escondido ahahaha
Qdo entrei na faculdade, lembro que estudei uma materia sobre comportamento e era necessario assistir o filme, (aquele filme Nell tb fazia parte)
Me assusta um pouco o esquema de tentarem mudar o comportamento do cara daquele jeito... Nao acho que isso seja certo e nem que resolva nada... mas são testes né...
É um clássico tb! Muito bacana!

Bjokas
Flavia - Livros e Chocolate

Gabi Castro disse...

eu adoraria ter assistido este filme, mas não me deixaram... #XatiadaComX =[ É uma pena, pq eu amei o livro.

Glaucia Matos disse...

Ei, eu não conhecia esse livro, mas adorei sua resenha. Essa capa é bem diferente também.

Glaucia - www.leitorait.com

Unknown disse...

Um clássico!
Ainda não li, mas com certeza lerei um dia!
Adorei seu blog!
Estou te seguindo!
Beijos

Gabi Castro disse...

Olá! Seja bem-vinda! Espero que goste!

Numa de Letra disse...

Uma obra realmente admirável!:

http://numadeletra.com/32460.html

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