Querida Anne,
Você disse em seu diário (acabei de lê-lo) que gostaria de
ser escritora e mudar o mundo. Pode não ter sobrevivido para ver, Anne, mas
você conseguiu. Muitos podem encarar seu diário apenas como uma descrição
perturbadora do ponto de vista de uma judia sobre a Segunda Guerra Mundial, mas
eu o vejo como a forma escrita de sentimentos e pensamentos.
O que realmente faz o seu diário ser tão triste não são as
atrocidades contra judeus, o terror da guerra ou o desespero das pessoas, mas
sim a sua esperança: de que a guerra iria terminar, você voltaria para a escola
e teria uma longa vida. Nós, seus leitores, que conhecemos seu destino,
sofremos diante de sua esperança de que tudo acabaria bem. Mas ao mesmo tempo é
este sentimento que faz com que nos aproximemos.
Modéstia a parte, identifico-me muito com você. Claro, estou
longe de ter sua personalidade ou coragem, mas também penso sobre o que eu quero
ser e o que eu realmente sou, sobre confiança, sobre meus defeitos e se o
problema está comigo. A conclusão a que sempre chego é que o homem é um ser
individualista e sempre espera dos outros o que ele impõe como “certo”, sem se
importar com o que as outras pessoas também definiram como “certo”. Essa
discordância que gera o caos.
Porém, tenho plena convicção que, um dia, o ser humano
alcançará tal nível de intelectualidade que será capaz de compreender seu
semelhante e, assim, alcançar a paz. Talvez demore. Talvez nunca chegue. Mas
esse dia será o fim das guerras, do medo, da angústia, da dor. Somente nesse
dia, todos terão a certeza que são dignos de confiança e não temerão as
diferenças.
Tinha razão quando disse que para tudo há uma razão: você
estava destinada a ganhar esse diário e transformá-lo em uma válvula de escape
para não se sentir sozinha. Como eu disse, a mente individualista do homem faz
com que ele se sinta solitário e incompreendido, porém um coração emotivo e sentimentalista
precisa de alguém que o compreenda. Portanto, minha cara Anne, é com grande
satisfação que eu digo que existe alguém que a entenda e em quem você pode
confiar: seu leitor.
Sua Gabriela
5 comentários:
Oi tudo bem Gabi?
Poxa, nem me fale neste livro, que quero muito ler.
Fico feliz que tenha gostado tanto.
Pelo que você escreveu a ela, ela realmente é uma mulher de coragem, também passar por uma Guerra dessas e ainda ter esperanças.
Voce só me fez ficar com mais vontade de ler..rs
beijos
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br
Oi Gabi!
Linda essa homenagem que você fez. Parabéns. Eu já li umas 2,3 vezes, e é triste mesmo ver a esperança dela, sabendo como termina.
Beijos!
Dinda
PS: continue escrevendo assim e um dia será uma ótima escritora :)
Oi Gabi, amei o texto!
Li esse livro há um tempinho atrás e Anne é realmente uma menina muito corajosa.
Sem contar que ela conseguiu relatar de maneira bem real seus pensamentos profundos, angústias, desesperos e simples situações cotidianas, isso fez eu me sentir bem próxima dela.
Bjoos
http://leitoraassidua.blogspot.com.br/
Oi Gabi! quanto tempo que não passo por aqui estava com saudades dos seus post. Eu li esse livro a muito tempo quando era jovem e por ser jovem demais eu me lembro que fiquei revoltada com o final mas é a realidade e temos que encara-la , realmente a Anne foi muito corajosa e sempre me lembro dela e do que passou quando preciso de um pouco de esperança . Belíssimo a sua carta parabéns ! beijos
Estéphanie (discurso em branco )
Oi Gabi, nossa amei o blog, o post. Tudo. Parabéns. Sempre quis ler o diário dela, mais nunca tive coragem. Quem sabe agora eu consigo rsrs. Da uma olhadinha no meu blog também. Beijos
www.livroslondresecolhos.blogspot.com
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