quarta-feira, 24 de julho de 2013

Carta para Anne Frank


Querida Anne,

Você disse em seu diário (acabei de lê-lo) que gostaria de ser escritora e mudar o mundo. Pode não ter sobrevivido para ver, Anne, mas você conseguiu. Muitos podem encarar seu diário apenas como uma descrição perturbadora do ponto de vista de uma judia sobre a Segunda Guerra Mundial, mas eu o vejo como a forma escrita de sentimentos e pensamentos.
O que realmente faz o seu diário ser tão triste não são as atrocidades contra judeus, o terror da guerra ou o desespero das pessoas, mas sim a sua esperança: de que a guerra iria terminar, você voltaria para a escola e teria uma longa vida. Nós, seus leitores, que conhecemos seu destino, sofremos diante de sua esperança de que tudo acabaria bem. Mas ao mesmo tempo é este sentimento que faz com que nos aproximemos.
Modéstia a parte, identifico-me muito com você. Claro, estou longe de ter sua personalidade ou coragem, mas também penso sobre o que eu quero ser e o que eu realmente sou, sobre confiança, sobre meus defeitos e se o problema está comigo. A conclusão a que sempre chego é que o homem é um ser individualista e sempre espera dos outros o que ele impõe como “certo”, sem se importar com o que as outras pessoas também definiram como “certo”. Essa discordância que gera o caos.
Porém, tenho plena convicção que, um dia, o ser humano alcançará tal nível de intelectualidade que será capaz de compreender seu semelhante e, assim, alcançar a paz. Talvez demore. Talvez nunca chegue. Mas esse dia será o fim das guerras, do medo, da angústia, da dor. Somente nesse dia, todos terão a certeza que são dignos de confiança e não temerão as diferenças.
Tinha razão quando disse que para tudo há uma razão: você estava destinada a ganhar esse diário e transformá-lo em uma válvula de escape para não se sentir sozinha. Como eu disse, a mente individualista do homem faz com que ele se sinta solitário e incompreendido, porém um coração emotivo e sentimentalista precisa de alguém que o compreenda. Portanto, minha cara Anne, é com grande satisfação que eu digo que existe alguém que a entenda e em quem você pode confiar: seu leitor.


Sua Gabriela

5 comentários:

Leticia Golz disse...

Oi tudo bem Gabi?
Poxa, nem me fale neste livro, que quero muito ler.
Fico feliz que tenha gostado tanto.
Pelo que você escreveu a ela, ela realmente é uma mulher de coragem, também passar por uma Guerra dessas e ainda ter esperanças.
Voce só me fez ficar com mais vontade de ler..rs


beijos
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Gabi!

Linda essa homenagem que você fez. Parabéns. Eu já li umas 2,3 vezes, e é triste mesmo ver a esperança dela, sabendo como termina.

Beijos!

Dinda

PS: continue escrevendo assim e um dia será uma ótima escritora :)

JaineBudke disse...

Oi Gabi, amei o texto!
Li esse livro há um tempinho atrás e Anne é realmente uma menina muito corajosa.
Sem contar que ela conseguiu relatar de maneira bem real seus pensamentos profundos, angústias, desesperos e simples situações cotidianas, isso fez eu me sentir bem próxima dela.
Bjoos

http://leitoraassidua.blogspot.com.br/

Estéphanie Pessanha disse...

Oi Gabi! quanto tempo que não passo por aqui estava com saudades dos seus post. Eu li esse livro a muito tempo quando era jovem e por ser jovem demais eu me lembro que fiquei revoltada com o final mas é a realidade e temos que encara-la , realmente a Anne foi muito corajosa e sempre me lembro dela e do que passou quando preciso de um pouco de esperança . Belíssimo a sua carta parabéns ! beijos
Estéphanie (discurso em branco )

Unknown disse...

Oi Gabi, nossa amei o blog, o post. Tudo. Parabéns. Sempre quis ler o diário dela, mais nunca tive coragem. Quem sabe agora eu consigo rsrs. Da uma olhadinha no meu blog também. Beijos

www.livroslondresecolhos.blogspot.com

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