sábado, 25 de fevereiro de 2012

Muito longe de casa, de Ishmael Beah

Capa "Muito longe de casa"
Título Original:
A Long Way Gone: Memoirs of Boysoldier
Autor:
Ishmael Beah
Origem:
EUA
Tradução:
Cecilia Gianetti
Editora:
Ediouro
Ano:
2007

Não há como negar que este livro conta uma realidade muito triste, mas ele não entrou nos meus Tops. Apesar de a história ser muito triste e comovente, penso que o autor não é um “ilustre” escritor. Seu modo rápido e emocionalmente pouco detalhista não me agradou muito... Esta história tinha tudo para ser um Best-seller mundial que ficaria na memória das pessoas, mas faltou um pouco na escrita. Mesmo assim, este livro deveria passar pela cabeceira de muita gente, principalmente na de pessoas que só reclamam da própria vida, dizendo o quanto ela é ruim. Se você é assim, leia este livro e veja o que é uma vida ruim.
O autor, Ishmael Beah, começa a história a partir do momento em que sua pequena aldeia foi atacada por rebeldes. Ele, seu irmão e um amigo viajavam para outra aldeia no momento do ataque, por isso acabaram se perdendo dos pais logo no início da sua longa fuga. Eles então partiram em uma arriscada viagem pelas pequenas vilas e aldeias de Serra Leoa, com a esperança de encontrar os amigos e familiares sobreviventes do ataque de sua aldeia, mas principalmente de sobreviver à guerra civil que assola seu país.
A viagem reservou fome, sede, exaustão e perigo para os meninos, mas reservou também a separação e dor. Durante a parada em uma das aldeias, os rebeldes novamente os atacaram e Beah viu-se separado dos outros. Aquela foi a última vez que vira seu irmão. Sozinho, ele tentará que continuar a viagem contando com a própria sorte à procura de sua família e tentando se salvar dos conflitos.
Esta parte da fuga que parece nunca ter fim é uma prova do quanto uma pessoa pode ser forte e persistente. Um menino conseguiu andar por quilômetros e mais quilômetros movido apenas por sua vontade de encontrar a família e de sobreviver, sem comida, água ou um teto. Isto sim é determinação.
Bem, eu não gostaria de entregar toda a história, mas preciso prepará-los para o que os espera: Beah, em determinado momento, será capturado pelo exército de Serra Leoa e tornar-se-á um soldado. Passará por uma “lavagem cerebral”, será um viciado em drogas, assassinará civis e destruirá vilas inteiras. Perderá complemente a noção do que é ser um humano, perderá seus objetivos, sua infância e seus sonhos. Virará apenas uma máquina de matar drogada. Esta parte é a mais chocante, pois mostra uma realidade que todos ignoram. Crianças carregam AK -47 e G3 como se fossem brinquedos, descarregam em outras crianças igualmente destituídas de sua inocência em uma guerra que lhes tirou os pais e irmãos. Neste trecho, fiquei com uma sensação terrível no peito... O que aconteceu com o mundo?
Beah e outros jovens soldados permaneceram nesta vida até ser salvo por uma ONG. Será uma fase difícil para estes jovens salvos, graças à abstinência e aos “valores” ganhos durante os conflitos. Revoltas, ódio, agonia e dor serão o novo cotidiano deles, até que finalmente possam olhar para trás e verem no que haviam se transformado.
Ishmael Beah e sua mãe adotiva, Laura Simms 
Como eu já disse, todos ignoram o que se passa nestes países pobres presos em eternas guerras civis. Ignoram esta matança, esta destruição, esta pobreza, esta miséria... Quem olha (bem de longe) para estes lugares e para as pessoas que vivem neles, pensa: “Como podem viver assim?”. Eu não sei como é possível, mas eles conseguem, porque esta é a realidade e eles nunca conheceram outra. Beah trará isto no livro e não há como não ficar chocado, emocionado ou entristecido com estes fatos deprimentes. Fará você pensar em sua vida e dizer: “Nunca mais reclamarei. As crianças de Serra Leoa estão bem piores, mas continuam lutando”. Se a narração fosse um pouco menos veloz e um pouco mais detalhada, este seria “O” livro.
Mas, mesmo não entrando nos Tops, eu recomendo este livro. A história é... Bem, ela é linda e horrível ao mesmo tempo. Ela acrescenta... “Coisas” à sua alma... É um pouco difícil de explicar. Somente quem leu, entenderá. 


Um comentário:

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Gabi!

Eu não li a resenha porque eu não li o livro. Só passei pra te responder. Sharpe é do mesmo autor das Crônicas Saxônicas mesmo. Você leu só o primeiro das Crônicas? Se foi só esse, eu entendo o seu cokmentário. Mas continue na história,. porque fica muito legal. Eu sou apaixonada por Bernard Cornwell, mas confesso que o primeiro das Crônicas não me chamou muito a atenção. Mas como eu adoro ele, continuei, e depois fui gostando da história. Mas recomnendo também que você leia As Crônicas de Artur. Foi o primeiro que eu li dele, e me apaixonei. O primeiro dessa série é O rei do inverno, e é sobre o Rei Artur. É muito bom. Um pouco confuso no começo, mas depois não dá pra largar.

Beijos!



PS: como vai O Festim dos Corvods? Eu fiquei com saudade do Dimitrilicius Belikov, e estou relendo Vampire Academy ;D

Beijos!

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