sábado, 11 de fevereiro de 2012

Os últimos soldados da Guerra Fria, de Fernando Morais


Capa: Os últimos soldados da Guerra Fria
Título Original
Os últimos soldados da Guerra Fria
Autor
Fernando Morais
Origem:
Brasil
Tradução:
*livro nacional*
Editora:
Companhia das Letras
Ano:
2011


Organizações criminosas internacionais, aventuras mirabolantes, disfarces perfeitos, conquistas amorosas, agentes secretos em ações temerárias: este livro traz todos os elementos de suspense de um romance de espionagem — mas não contém uma só gota de ficção. É tudo verdade, nos mínimos e, eventualmente, aterradores detalhes.
A sensação de que lemos um romance vem não somente da história extraordinária, mas sobretudo da hábil narração do autor, que desvela, com maestria digna dos melhores ficcionistas e máximo compromisso jornalistico na apresentação dos fatos, uma trama transbordante de eventos jamais revelados pela imprensa.
A semelhança com James Bond, porém, não vai longe: há charme nem riqueza, mas a vida dura e pobre de homens que se dedicam à sua missão ante todo tipo de adverdidades. Uma história narrada com objetividade rigorosa, para ler de um fôlego.

(texto retirado da contracapa).


Esta foi a leitura obrigatória do ano passado para o Ensino Médio, mas eu, leitora assídua, lê-lo-ia de qualquer forma. Este deve ser o melhor livro nacional da atualidade. E para os que concordam comigo, vou deixá-los mortos de inveja: o autor deu uma palestra na minha escola (hua hua hua), dando um ótimo exemplo de uma pessoa educada, culta e inteligente. Infelizmente, meu professor de literatura (e obviamente, meu professor favorito) só levou um amigo meu para cumprimentar o autor, que ainda por cima ganhou o livro A Ilha (do mesmo autor), com dedicatória e o e-mail do Fernando Morais. Feriu meus sentimentos (snif). Mas fazer o que?
Bem, isto não vem a caso, porque eu só comento livros e não desilusões (snif snif). Vamos nos concentrar no livro (mas bem que o professor podia ter me levado... Magoou. Rsrs).
Na palestra, o autor nos disse que a idéia surgiu em 1998, enquanto ouvia o rádio com sua mulher e, entra aquelas rápidas notícias, surgiu a informação de que agentes cubanos infiltrados nos EUA tinham sido pegos pelo FBI. Foi muito rápido, mas Fernando Morais virou-se para sua mulher e disse: “Isto daria um ótimo livro”. Olha no que deu!
Claro que sem sua influência e reputação, Fernando Morais não teria acesso às informações mais confidenciais e nem conseguiria chegar aos agentes presos, além do mercenário salvadorenho Raúl Ernesto Cruz León que se tornou meu personagem favorito do livro. Cruz León fora contratado por um grupo anticastrista para colocar bombas em hotéis de Havana para assustar turistas, desestabilizando a economia cubana, mas não foi isso que mais chamou minha atenção: o que mais me agradou nele foi a sua “paixão platônica” por Sylvester Stallone e em como ele se baseava no seu ídolo em todos os atentados que cometia (mas não pense que ele era um assassino impiedoso. Como diz o título do capítulo em que ele aparece pela primeira vez, ele não queria matar ninguém, apenas ser igual ao astro hollywoodiano).
O objetivo destes agentes era infiltrar-se nestas agências anticastristas para comunicar ao governo cubano onde ocorreriam atentados em Havana e impedi-los. O nome do grupo era Rede Vespa, com Gerardo Hernández como líder. A missão da Rede Vespa era tão secreta que eles esconderam de todos o que faziam e, para evitar-se uma traição no grupo, eles não conheciam uns aos outros.
Todos eles fingiram desertar de Cuba e fugir para os Estados Unidos como muitos outros cubanos fizeram antes para logo ganharem a confiança dos líderes anticastristas e infiltrarem-se nas agências terroristas.  Os dois agentes mais comentados são René González e Juan Pablo Roque (apesar deste último, no fim do livro, praticamente desaparecer), mas havia outros doze agentes infiltrados por toda a Flórida (estado norte-americano mais próximo de Cuba onde se concentravam as agências). O livro se concentrará principalmente neles, mas em alguns capítulos contará outros eventos, como a história do Cruz León ou então quando Fidel Castro contata Bill Clinton através de Gabriel García Márquez (ganhador do prêmio Nobel de literatura e autor livro Cem anos de solidão, que eu terminei recentemente). O livro narra, basicamente, como o país que mais expia no mundo tinha espiões bem embaixo do seu nariz.
Voltando para a palestra, Fernando Morais explica como teve acesso a todas as informações, como conseguiu chegar aos agentes, aos mercenários, aos relatórios, às notícias, a tudo que envolveu este episódio (quer dizer, teve acesso a uma boa parte dos acontecimentos que envolveram este episódio. Vai saber o que foi oculto do autor...). E, só pelo tempo que decorreu desde a prisão da Rede Vespa até o lançamento do livro, dá para ter uma noção do trabalho que ele teve. O livro é bem fácil de ler, bem prático, não é cansativo e o assunto, uma novidade, não é uma complexidade como eu havia pensado depois de ler a contracapa – qualquer ser leigo irá entender. Os brasileiros que ainda não leram, leiam! Como eu já disse, este é “O” livro nacional da atualidade. 

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