terça-feira, 9 de abril de 2013

Til, de José de Alencar


Título Original:
Til
Autor(a):
José de Alencar
Origem:
Brasil
Tradução:
*livro nacional*
Editora:
Martin Claret
Ano de publicação:
1872


Til contará a história de Berta, mas sua trama começa muito antes de nascer. Berta, chamada de Inhá ou Til, é uma linda e encantadora jovem, filha de criação de Nha Tudinha, mãe de Miguel, que sofre de uma paixão violenta pela meia-irmã. Porém, a típica heroína romântica, que também ama o irmão, sacrifica seus sentimentos pelos de Linda, sua melhor amiga, que também sofre de amores pelo rapaz, outro típico herói romântico (corajoso, bonito, no auge de sua juventude e força, tomado por fortes emoções, pobre e sonhador). Já Afonso, irmão de Linda, também é apaixonado por Berta, porém seu amor é mais truculento e sensual, não o sentimento puro e ingênuo que Berta sente por todos. Ainda neste romance temos Brás, primo de Linda e Afonso, que sofre de distúrbios e, portanto, é completamente excluído de sua família, principalmente pela elegante e “europetizada” D. Ermelinda, sua tia. Entretanto, Brás foi acolhido pelo afeto de Berta, que ele apelidou de Til por ser o único sinal da gramática que sua mentalidade conseguia identificar através do fascínio.
Estes amores podem ser belíssimos, mas sempre encontram obstáculos. O principal é a diferença de classes de Miguel e Berta com relação à Linda e Afonso. D. Ermelinda jamais permitiria que seus filhos tivessem qualquer relação com alguém de classe inferior, portanto proibia os adolescentes de se encontrarem. Contudo, em passeios secretos, o quarteto juntava-se no Tanquinho, na fazenda de Palmas, que pertencia ao pai de Afonso, Luís Galvão.
Este último guarda um grande segredo, conhecido apenas pelo temido capanga Jão Fera, ou Bugre, que se ressente do grande latifundiário por este motivo oculto. Entretanto, Jão Fera e Luís Galvão foram criados juntos e certo afeto ainda existe entre os dois no início do livro. O Bugre tem a fama de uma grande mercenário assassino e tem sua cabeça colocada a prêmio, sendo invejado por Gonçalo, outro capanga cujo maior sonho era amedrontar as pessoas apenas por ouvirem seu nome. Esta inveja de Pinta, seu apelido que tanto detestava, trará grandes problemas à Jão Fera que é procurado por caçadores de recompensas.
A fama do Bugre chega aos ouvidos de Barroso, personagem muito suspeito e misterioso, que surgiu pelas redondezas com o desejo de vingança contra Luís Galvão sabe Deus por qual motivo. Barroso contrata os serviços de Jão, que aceita o dinheiro antes mesmo de saber quem seria a vítima. Quando descobre que terá que emboscar Galvão, Jão hesita, mas, como colocou sua palavra em jogo, vai até o fim.
No dia do ataque, Jão estava prestes a atacar Galvão quando surge Berta, que pressentia algo de ruim quando cruzara com o capanga mais cedo. Com a ameaça de desprezo, Berta consegue fazer Jão desistir do ataque e procurar um meio de pagar sua dívida.
Barroso planeja então outro ataque a Luís Galvão: no dia de São João, durante a madrugada, tocaria fogo no canavial de Galvão. Este último correria para apagar o fogo, mas neste momento, sofreria um atentado e seu corpo seria jogado no fogo. Barroso se aproximaria da família de Luís e tomaria a viúva para si, completando então sua vingança. Contudo, Jão ainda está por perto para impedir os planos de Barroso e reconhecer a verdadeira face do maligno.
Já Berta tem outros mistérios: Zana, uma velha negra demente que vive em uma casa aos pedaços. Depois de muito observá-la, Berta descobre que a louca tinha uma sequencia de atos, o que indicava os últimos atos lúcidos da mulher. Por muito tempo, Berta formulou teorias sobre o que aquela cena representava, mas o que ela não imaginava era episódio estava intrinsecamente ligado à sua história.
Til, livro tipicamente romântico e regionalista, é uma das principais histórias de José de Alencar, apesar de ser de longe a melhor. Pode parecer bem complicado com suas palavras rebuscadas (para nossa linguagem atual), mas com o ritmo da leitura, o contexto já esclarece as principais dificuldades do leitor. Texto extremamente detalhado, principalmente quando se trata de emoções, ideias, psíquico ou natureza, é o grande trunfo do autor pela sua habilidade em escrever... Para ser mais sincera, eu diria seu dom de escrever, apesar de ser muitas vezes exaustivo.

P.S.: o livro atraiu minha atenção até a decisão de Berta em relação a Miguel. Final picolé de chuchu! 

3 comentários:

Anônimo disse...

Picolé de chuchu?






Gabi Castro disse...

sim... É uma expressão velha que quer dizer que foi ruim, sem gosto, deixou a desejar.

Leticia Golz disse...

Sou suspeita para falar, pois amo literatura..e JOsé de Alencar é bom demais..
Nunca ouvi falar neste livro parece ser bem legal..

Lindo post!
Beijos
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

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