Título Original:
Ubik
Autor(a):
Philip K. Dick
Origem:
EUA
Tradução:
Ludimila Hashimoto
Editora:
Aleph
Ano de publicação:
1969
1969
Olá, meus lindos leitores. Acabei de voltar do cinema com
meu pai depois de assistir Oblivion, com Tom Cruise, Morgan Freeman e Nikolaj
Coster-Waldau, uma ficção-científica cheia de ação, alienígenas e fim do
planeta. O filme é muito bom (os efeitos estavam ótimos, a trilha incrível, a
história foi levemente clichê, mas ainda assim bem elaborada), porém tenho que
fazer uma crítica: não curto roteiros que deixam várias perguntas no ar e só
esclarecem nos últimos cinco minutos do filme. Modéstia a parte, não sou desses
que só acompanham o filme: fico pensando, tentando desvendar, adivinhar o que
vem e sacar o que o diretor quis passar. Entretanto, quando começam a ser
lançadas pistas sobre o mistério que só te deixam com um ponto de interrogação
na cabeça, eu me atrapalho e o filme não parece fazer mais sentido. Sinto-me
uma ignorante quando isto acontece, mas quando eu vejo pela segunda vez, logo
penso: “Ah! Estava na cara o tempo todo!”. Para quem gosta de filme futuristas
onde o mundo foi destruído, alienígenas, heróis bonitos (Tom Cruise, quando
está em um filme de ação, ninguém segura) e ação com tecnologia, é um ótimo
filme.
Entrando no clima da ficção-científica, resolvi resenhar
sobre um ótimo livro com esta temática: Ubik, de Philip K. Dick. Este também
deixa muitas perguntas para o final, mas são questões mais básicas para se ter
uma história.
No ano de 1992, Glen Runciter é o chefe da Runciter &
Associados, uma empresa de agentes inerciais, pessoas com poderes especiais,
capazes de neutralizar outras pessoas especiais que são contratadas para
espionar grandes instituições, os psis. Ao lado de Glen temos sua esposa, Ella,
mantida em “meia-vida” (a pessoa em meia-vida é mantida temporariamente viva
depois de algum acontecimento fatal e pode ter sua consciência “ativada” pelo
responsável até a sua ressurreição), e Joe Chip, que tem sérios problemas financeiros
e de relacionamento. Neste futuro do final do século XX, o capitalismo e a
tecnologia estão em seu auge: máquinas são capazes de interagir com humanos e
cobrar pagamento por tudo, como abrir a porta da sua casa ou pegar o jornal. Viagens
espaciais e intercontinentais em instantes também são muito frequentes e
comuns.
O enigma começa quando Joe Chip descobre uma inercial com
poderes nunca antes vistos: ela é capaz de alterar o passado. Desconfiado, ele
a leva até seu chefe e o alerta do perigo que ela representa. Glen, por sua
vez, contrata-a para testá-la.
Surge então uma proposta interessante para a Runciter &
Associados: uma missão na lua muito suspeita leva Glen a juntar seus melhores
profissionais, incluindo Chip, para investigá-la. Entretanto, a tal missão era
uma emboscada: uma bomba explode e Glen morre. Joe, desesperado para manter
Glen vivo e conseguir uma luz no caminho que leva até o mandante do atentado,
corre com os outros inerciais para colocar o líder em meia-vida, entretanto, no
caminho de volta, todos notam que o mundo está estranho: seus produtos, antes
tão perfeitos, decompõe-se em suas mãos e artefatos antigos começam a tomar
conta dos novos. Ninguém entende bem o que está acontecendo, mas o objetivo é
manter Glen vivo.
O tempo continua a retroceder. Depois de colocar Glen em
meia-vida, perto de Ella, todos se empenham em descobrir a razão para o
regresso dos anos, porém, quando um dos inerciais também se decompõe e morre,
Chip vê a verdadeira ameaça: estão todos correndo o risco de vida. Como se já
não bastasse a deterioração do material e o recuo temporal, estranhos sinais de
Runciter começam a surgir nos lugares mais inusitados. Ele estava tentando
mandar uma mensagem para Chip, mas este não conseguia compreendê-las: onde
estava a ligação de todos estes episódios? Onde tudo começou? Onde iria parar?
Como Joe salvaria a si e a todos?
Quando eu disse que este livro tinha mistérios básicos para
uma história, fui muito branda: algumas interrogações confundiram bastante,
porém é muito mais fácil criar teorias em um livro, que você pode parar e
pensar, do que em um filme, onde a imagem, o som, a emoção e a companhia te
impedem de parar a cada minuto para formular hipóteses.
Houve um ponto negativo que eu não posso deixar de comentar:
a cena da bomba. Sem querer dar spoiler, porém a cena mais importante do livro
pecou no quesito detalhe e emoção. Quando as personagens percebem que são
vítimas de uma emboscada e que há uma bomba, tudo corre rápido demais e o
leitor pode sentir-se desnorteado. Depois da explosão, a morte de Glen é
anunciada tão rápida e a corrida para salvá-la acontece tão de repente que fica
complicado entender bem o que está acontecendo. Mas, analisando um pouco mais a
fundo, talvez a resposta para a grande interrogação que fica no final do livro esteja
neste trecho acelerado.
Gostei bastante do
estilo de Philip K. Dick. Durante minha leitura, descobri que o filme O Vingador
do Futuro foi inspirado em um de seus livros: o filme é bom, mas muito
previsível. Não tenho certeza quanto ao livro, pois o filme é para algum
momento “não tenho o que ver”. Voltando ao Ubik, este sim é muito recomendável,
mas para quem entende de narrações futuristas.
5 comentários:
Muito bom gostei de sua escrita espero.ler este livro e concordo com você as vezes é muito difícil ver filmes do futuro porque é muito rápido e não dá para entender graças a Deus que nos livros tem tempo de pensar
Nossa, eu vi Oblivion no cinema e achei totalmente sem noção huahuahuahua. Assim, eu gosto de filmes de fição, mas desde que eles tenham algum sentido, sabe? E achei Oblivion muito doido, cheio de pontas soltas, enfim, não curti.
Quanto ao livro Ubik, eu sempre que o vejo na livraria, fico com vontade de comprar. Acho essa capa tão intrigante. =)
beijos
Kel
porumaboaleitura.blogspot.com.br
Olá flor! Tudo bem?
Tem TAG no blog para você!
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Sucesso com o blog!
Beijos! :*
Menina... fiquei desnorteada não só na explosão, mas o tempo todo! hauhau
Fechei o livro e só conseguia pensar "wtf eu acabei de ler?". Fiquei indecisa por mais ou menos uma semana, até parar pra refletir sobre o livro e criar minhas teorias, haha.
Isso deixou a pós leitura super divertida e me tirou um pouco o peso da confusão.
Beijos!
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