sábado, 17 de março de 2012

As Brumas de Avalon - Livro 1: A Senhora da Magia - , de Marion Zimmer Bradley

Capa As Brumas de Avalon
- Livro 1: A Senhora da Magia
Título Original:
The Mists of Avalon
Autor(a):
Marion Zimmer Bradley
Origem:
EUA
Tradução:
Waltensir Dutra
Editora:
Imago
Ano:
1982

Se há um livro onde eu passei um ódio mortal, foi em “As Brumas de Avalon”. Não por causa da história, mas graças a uma personagem em especial: Guinevere (no livro, com outro nome: Gwenhwyfar; acredito que este seja seu nome original). Uma bruxa cega de devoção que faz tudo o que pode para atrapalhar Morgana (a principal que, apesar de ser sempre retratada como uma bruxa em outras historias, nesta é dita como uma fada), virar o rei Arthur contra Avalon e conquistar Lancelote com sua consciência dizendo o tempo todo que isso é um pecado. Logo na primeira cena em que ela aparece, já mostra seu espírito fraco e acaba com a rápida alegria de Morgana. Felizmente, neste primeiro livro, ela não aparece tanto quanto nos outros quatros.
O livro começa com Igraine, mãe de Morgana, que acaba de receber a visita de Viviane, sua irmã e sacerdotisa-mor de Avalon, e de Merlin (meu Deus! Se alguém não souber quem é Merlin, por favor, se enterre!). Igraine recebe então a missão da Senhora do Lago de dar à luz ao Grande Rei que comandará toda a Bretanha, protegendo-a dos saxônicos e impedindo que Avalon (e tudo o que representa) caia no esquecimento. Igraine é casada com o rei da Cornualia, Gorlois, mas não será ele o pai do Grande Rei: deverá ser Uther Pedragon, que será escolhido com o Grande Dragão (até onde eu entendi, o Grande Dragão é o rei dos reis). Igraine então cai em um dilema: mantém-se fiel ao seu marido em nome da honra ou aceita a missão em nome de sua Deusa?
Esta é uma parte que vale a pena do livro: o romance que vai “rolar” entre Igraine e Uther. É um romance bem adolescente, do tipo: “Oh! Nós nascemos um para o outro!”. A diferença de As Brumas de Avalon para “Crepúsculo” são os elementos de magia bem mais dignos de serem chamados de místicos, os momentos em que o casal fica entre o amor e o dever (lindo!), a sempre presente sensação de dever de Igraine e a sombra do poder em Uther e, por fim, a pedra no sapato chamada “Gorlois”. Não é preciso dizer que o rei da Cornualia ficará muito bravo quando o Grande Dragão “furar seus olhos” e conquistar sua esposa, o que acarretará em uma briga feia entre os reis.
Morgana já era nascida, mas como a história se concentrava no relacionamento de Igraine e Uther, foi deixada de lado. Ela retornará a aparecer quando finalmente nascer o fruto da traição de sua mãe: Arthur. Igraine ficará tão obcecada pelo seu novo marido Uther (spoilers-mor!) que se esquecerá completamente dos dois filhos, deixando então o pequeno Arthur aos cuidados de Morgana. Criou-se assim um vínculo entre os dois.
Partindo alguns anos para frente, será explicado como Morgana partiu com sua tia Viviane para Avalon, onde começará os treinamentos para se tornar uma sacerdotisa. Aprenderá tudo sobre a Deusa e sobre a Visão (que eu levei quase metade do livro para entender o que significava, apesar de ser muito óbvio). É em Avalon que conhecerá o filho de Viviane, Galahad, mas que prefere ser chamado de Lancelote. Logo na primeira cena, “rola” um clima entre os dois, mas é então que a aparece (the bitch) Gwenhwyfar, toda linda e inocente, e rouba o coração de Lancelote. Apesar de todo o bom coração de Morgana, a inimizade entre as duas é certa (e o meu ódio, que já começou a crescer aqui). 
Com todos os personagens principais presentes, a história seguirá para o momento em que a profecia da Senhora do Lago começa a se cumprir: Arthur se torna o Grande Rei (óbvio). Agora, outra missão será colocada por Viviane, desta vez para Morgana. Uma missão de suma importância, que decidirá o destino de cada pessoa que vive em Avalon e na Bretanha. A Deusa depende do seu sucesso, mas será que Morgana conseguirá deixar de lado aquilo que ela mais preza em sua vida para alcançar seu objetivo?
Eu tenho que parabenizar a autora Marion Zimmer Bradley pela sua incrível capacidade intelectual e por ter conseguido criar uma personagem tão hedionda quando Guinevere. O livro quase chega a perfeição, já que conseguiu fazer meu sangue ferver com o fanatismo desta personagem. Mas não posso só falar de Guinevere, tenho também que falar sobra a guerreira Morgana, que apesar de todos os tombos terríveis, sempre se levantou e mostrou o que é ser mulher de verdade. Este é o principal ponto do livro: mostrar o que é ser mulher na época em que o machismo estava em seu auge. Fala também muito sobre a religião, no medo que ela causava, em fanatismo, em paganismo, em guerras religiosas, em bruxaria e afins, sempre no ponto de vista das mulheres, o que se tornou levemente falho, já que nunca sabemos qual o ponto de vista do próprio rei Arthur sobre tudo o que se desenrola a sua volta (e isto faz dele um “banana”). 
Este foi o primeiro livro “forte” que eu li. Eu estava no sétimo ano e meu nível intelectual não era muito páreo mais este tipo de leitura, por isso fiquei muito chocada em algumas “cenas” (sem contar que eu não entendia muita coisa). Marcou-me bastante. Pretendo reler a história daqui a alguns anos, quem sabe eu não sinta tanto ódio...
Beijos e até o próximo livro!

4 comentários:

Fefa Rodrigues disse...

Nossa, que engraçado, estava falando com uma amiga minha no sábado a noite sobre este livro... eu dei a coleção pra minha sobrinha, comprei numa super promoção no Submarino, sem saber muito sobre a série...

ainda não li e tinha até me esquecido dele, até q na tal conversa sábado me lembrei... dai, não pensei mais nele, e agora o vi aqui... vou pegar com minha sobrinha os livros... agora tenho que ler!!!

Fefa Rodrigues disse...

só mais uma coisa... vc já leu As Crônicas de Arthur, do Bernard Cornwel? Se não, tente ler, vale a pena, muito bom... ele usa o personagem do Rei Artur de uma forma mais realista, mas nem por isso menos apaixonante... uma das melhores séries que já li!!

Gabi Castro disse...

Olá Fefa! Bem, pelo o que você falou, algo está conspirando para você ler este livro: está cruzando seu caminho o tempo todo! Deve ser uma das sacerdotisas de Avalon pedindo kkkkkk
Ainda não li estes livros de Bernard Cornwel, vou acrescentá-los na lista (que está ficando gigantesca! kkk)

Fefa Rodrigues disse...

hahaha... lisa de "Livros que eu quero ler" faz eu ter vontade de viver 100 anos!!

Ou, torcer para que no "céu" exista uma Bibliteca enorme hehehheh

Ah, tbm acho que uma das sacerdotisas de Avalon deve estar me chamando... e eu ouvirei seu chamado!!!

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