domingo, 8 de janeiro de 2012

Marley & Eu, de John Grogan

Foto da capa Marley & Eu
Título Original
Marley & Me
Autor:
John Grogan
Origem:
EUA
Tradução:
Thereza C. R. da Motta e Elvira Serapicos
Editora:
Ediouro
Ano:
2005


John e Jenny tinham acabado de se casar. Eles eram jovens e apaixonados, vivendo em uma pequena e perfeita casa, sem nenhuma preocupação. Jenny queria testar seu talento materno antes de enveredar pelo caminho da gravidez. Ela temia não ter vindo com esse 'dom' no DNA, justamente porque matara uma planta, presente do marido, por excesso de cuidado - afogando-a. Então, eles decidiram ter um mascote. Vão a uma fazenda, escolhem Marley, ao tomar contato com uma ninhada, porque também ficam encantados com a doçura da mãe, Lily; depois têm uma rápida visão do pai, Sammy Boy, um cão rabugento, mal-encarado e bagunceiro. Rezam para que Marley tenha puxado à mãe, porém suas 'preces' não são atendidas. A vida daquela família nunca mais seria a mesma. Marley rapidamente cresceu e se tornou um gigantesco e atrapalhado labrador de 44 kg, um cão como nenhum outro. Ele arrebentava portas por medo de trovões, rompia paredes de compensado, babava nas visitas, apanhava roupas de varais vizinhos e comia praticamente tudo que via pela frente, incluindo tecidos de sofás e jóias. As escolas de adestramento não funcionaram - Marley foi expulso por ter ridicularizado a treinadora. Mas, acima de tudo, o coração de Marley era puro. Marley repartia o contentamento do casal em sua primeira gravidez e sua decepção quando sobreveio o aborto. Ele estava lá quando os bebês finalmente chegaram e quando os gritos de uma adolescente de dezessete anos cortaram a noite ao ser esfaqueada. Marley 'fechou' uma praia pública e conseguiu arranjar um papel num filme de longa-metragem, sempre conquistando corações ao mesmo tempo em que bagunçava a vida de todo mundo. Por todo esse tempo, ele continuou firme, um modelo de devoção, mesmo quando sua família estava quase enlouquecendo. Assim, eles aprenderam que o amor incondicional pode vir de várias maneiras.


Ontem, estava eu pesquisando “sabe-Deus-o-que” quando encontrei um site com o seguinte título: saiba por que Marley & Eu é o pior livro já escrito. Ele fazia uma série de críticas negativas contra o livro, censurando o modo como foi escrito e a história “de um cãozinho mal-educado que fazia bagunças e depois uma carinha de anjo para ser perdoado pelo casal maluco”. Eu cheguei à seguinte conclusão: este cara é mal-amado.
Está certo que a história já é conhecida: cachorrinho fofinho e agitado, casal jovem e despreparado, confusões intermináveis e muita emoção. Porém, estas histórias que demonstram o amor entre animais e humanos nunca poderão ser superadas. São elas que mostram a verdadeira amizade que jamais deverá ser esquecida ou substituída. Mostra o quanto amamos estes serezinhos de quatro patas e o quanto eles nos amam. Relembramos cada momento que passamos com eles, desde os mais insignificantes até os mais emocionantes. Não há como não pensar no seu próprio cão (ou qualquer outro animal de estimação) quando lemos Marley & Eu, por isso acho que o crítico não tinha coração (rsrsrs). Bem, ele tinha todo o direito de criticar o livro e tem certas coisas que eu concordo com ele, mas eu também tenho meus direitos. Não vou passar o site por razões de bom senso, então vamos ao livro.
John Grogan, o narrador, e sua esposa Jenny estão preocupados. John havia presenteado a esposa com uma planta, mas ela acabara matando-a por excesso de água. Aparentemente, isto não é um grande problema, porém o que aconteceria quando os filhos nascessem? Eles estavam claramente despreparados para cuidar de alguém, já acabaram matando uma planta! Por este motivo, John decidiu acrescentar à família um membro que exigia bem mais atenção do que um vegetal: um cachorro. Seria um modo de preparar Jenny (e a à si próprio) para seus bebês que um dia chegariam.
Foi assim que Marley juntou-se à família. John levou Jenny até uma fazenda que acabara de receber uma ninhada de labradores. O casal escolheu um cãozinho que tinha um preço estranhamente menor do que o resto de seus irmãos. Na saída da fazenda (ainda sem o novo membro, pois era preciso esperar que ele desmamasse), eles acabaram descobrindo o porquê do preço: acabaram por conhecer o pai da ninhada, um canzarrão que surgira do meio do mato babando, e tiveram o leve pressentimento de que seu novo cão não puxara a meiguice de sua mãe. Como já dito logo acima, Marley tinha o “gênio” de seu pai.
O nome Marley é uma homenagem ao cantor de reggae Bob Marley. O casal, enquanto testavam alguns nomes para seu cachorro, escutou no rádio uma música do ídolo e não tiveram dúvidas: seria Marley.
A partir daí, a história é sobre a boa e velha amizade entre o homem e o cão, porém com uma pitada de... “frustração” por parte dos donos. Marley era desobediente, muito agitado, sem limites e por mais que eles tentassem educá-lo, Marley era incontrolável. Um furacão de quatro patas (o “furacão” não foi um trocadilho, por mais que pareça). Bem, a graça está nestas partes loucas em que Marley quase leva à loucura seus donos e é impossível não se apaixonar por ele durante suas “façanhas”...
Sinto muito contar o final, mas ele chega a ser óbvio: Marley morre. Eu já não posso mais negar: chorei, e muito. Lembro até que eu terminara o livro no dia em que o Michael Jackson morreu, porque, quando o livro se tornou insuportavelmente triste, fui tentar assistir ao funeral e dei de cara com a filha do cantor chorando. Aí eu voltei para o livro e continuei a soluçar. Foi muito triste.
É no final que foi jogado na nossa cara o quanto somos seres mesquinhos. Quando Marley estava na clínica e John ao seu lado, este último se lembrou de todas as vezes que criticara Marley e antes que fosse tarde, disse ao seu cão o quanto ele era importante para a família e que nada do que dissera antes era verdade. Ele fora um grande cão, melhor do que muitas pessoas por ai. E não importava o que acontecesse, ele seria amado para sempre.
Esta é a questão do livro: o tempo. Passamos uma vida inteira ao lado de alguém, mas somente quando ela vai embora – somente quando nosso tempo acaba – é que damos valor a ela. John só conseguiu dizer o quanto Marley era importante para ele no último segundo da vida do cachorro. Não porque ele era insensível, mas porque foi somente naquele instante que ele se deu conta do que sentia. É uma dica do livro: não espere perder alguém para valorizá-la, diga a todo instante o quanto ela é importante antes que ela parta sem saber o que ela significava para você.
John Grogan era jornalista, então já estava familiarizado com a escrita, o que se torna bem óbvio durante o livro. Escreveu tão bem que conseguiu arrancar soluços da insensível aqui (coisa difícil me fazer chorar... Pelo menos do jeito que eu chorei). Este livro somente não entrou para os Tops porque existem outros muitos melhores, mas isto não significa que ele não seja bom e recomendável. Se quiser se emocionar, este é o certo.
Tenho que admitir: este livro mexeu comigo, fazendo com que eu valorizasse mais meu cachorro de nome criativo: o meu Fubá (minha mãe que escolheu). Fubá e Marley tem muito em comum: uma fome insaciável, agitados, “rueiros”, brincalhões, alegres... Mas o Fubá é um pouco mais agressivo do que o Marley (tanto que, quando eu saia para dar uma volta com ele pela minha rua, todo mundo entrava em casa e só saia quando nós voltávamos. Kkkk. Melhor assim. Ninguém nos perturba rs).
Lembro dos dias em que eu sentava na escada e nós dois brincávamos muito, eu chacoalhando-o de um lado para o outro e ele mastigando os meus dedos (era engraçado)... Lembro quando meu pai chegava do trabalho e nós gritávamos como loucas para que ele entrasse em casa, deixando meu pai estacionar o carro na garagem sem o risco dele fugir para a rua... Lembro quando tomávamos café da manhã juntos (ele sentava do meu lado e eu cortava um pão no meio: eu comia uma metade e ele a outra. Minha mãe ficava louca quando nos via ali...)... Lembro quando ele arremessou um poodle para o outro lado da rua (foi culpa do poodle! Nós dois estávamos deitadinhos na calçada, quietinhos, quando aquele bicho com “sangue no olho” surgiu do nada e avançou no Fubá. Ele só se defendeu: agarrou o poodle pelo pescoço e atirou ele longe. E depois a dona veio tirar satisfação comigo! Vai brigar com seu cachorro dona!)... Lembro... Ah! São muitas lembranças.
Mas o Fubá não mora mais comigo. Eu precisei me mudar para um apartamento e, como o Fubá é muito grande, não poderia vir conosco. O dia em que nos mudamos foi muito triste: ele sabia que o deixaríamos para trás. Ele nos olhava com uma cara tão infeliz... Eu queria muito ter dito a ele que queria que ele fosse conosco, que eu sentia muito ter que deixá-lo para trás, que ele era importante e que eu o amava demais. Mas eu não disse e me arrependo disso. Se ele morrer neste exato instante (que Deus não me ouça), ele nunca saberá o quanto foi importante para mim.
Hoje, ele mora com minha tia na minha antiga casa. Tem amigos novos e gente para amá-lo, o que me reconforta. Está bem mais magro e não me parece o mesmo de antes... Ele parece estar sempre triste... Infeliz.
Mas eu estou mais. Um amigo como o meu Fubá eu nunca terei. Deveria ter dado mais valor a ele quando estávamos juntos, mas, assim como o John com o Marley, só me dei conta disso depois que me separei dele. Fubá foi o melhor amigo que eu já tive.
Meu Fubazinho... kkk
Bem, este texto ficou extremamente emocional, mas não tive como evitar. Marley & Eu é um livro emocionante. Vale a pena pelas partes engraçadas, mas acima de tudo pelos sentimentos que afloram em nós. Fará com que eu me lembre de Marley, mesmo não tendo conhecido, e fará com que eu me lembre do Fubá, meu grande companheiro de escada e briga de rua (rsrsrs).
Esta é a dica de hoje: “não espere perder alguém para valorizá-lo”. 

3 comentários:

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Gabi!

Eu chorei pra caramba também. Sabe que eu tenho o filme e não consigo assitir porque choro muito. Nem fui ao cinema ver por causa disso. Só de ler a sua resenha já me dá vontade de chorar.

E o cara que falou mal, provavelemnte não tem e nunca teve um bichinho! Concordo com você, o liro não é uma maravilha, mas é emocionante, é impossível não se identificar. Como você, eu também lembro de todos os bichinhos que eu tive. Que pena sobre o seu Fubá. Mas pelo menos ele está bem. Isso que é importante.

Beijos!

Fefa Rodrigues disse...

OIe... ainda não li Marley, ent~~ao me desculpa por usar este pos pra falar de outro assunto, mas vi que vc esta lendo 1808 e queria perguntar... é bom mesmo como todo mundo fala????

fefa

Marla Almeida disse...

Olá,
Não li o livro, e assistir apenas um pedaço do filme, mas gostei da sua resenha.
*Bye*

@lporromances
loucaporromances.blogspot.com

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